O amor platónico era todo eroticidade, paixão e tesão... a vontade de ter algo, ou alguém, que não possuíamos.
Agape é a elevação máxima do amor. A que verdadeiramente vale a pena. Livre do ego, do apego, das condições, dos pressupostos. E é, infelizmente, aquela que nem todos temos o privilegio de conhecer e, na minha opinião, a única e verdadeira razão pela qual se justifica viver...
Eros talvez seja a forma mais primária de amor. A forma mais
fácil de amar... Porque é amar com o corpo e é um amor que não requer trabalho.
É apenas a resposta a uma emoção básica. “Eros” é também um amor que se esgota!
Esgota-se com a facilidade com que chega. É um amor que esmorece a partir do
momento em que se possui o objecto do desejo.
É um amor que desaparece no momento em que nos sentimos confortáveis e
garantidos... É um amor que se dilui quando deixa de ser novidade. É um amor que não resiste a nenhum tipo de rotina e estabilidade.
Aristóteles, discípulo de Platão, não se contentou com o amor erótico. E disse que amor não poderia ser apenas desejo por aquilo que não se tinha, deveria ser também felicidade por aquilo que se tinha. Para Aristóteles amor era “filia” e “filia era alegria, segundo Espinoza a passagem para um estado mais potente do próprio ser. A alegria, a felicidade, de termos o objecto do nosso amor, de termos a pessoa amada.
Aristóteles, discípulo de Platão, não se contentou com o amor erótico. E disse que amor não poderia ser apenas desejo por aquilo que não se tinha, deveria ser também felicidade por aquilo que se tinha. Para Aristóteles amor era “filia” e “filia era alegria, segundo Espinoza a passagem para um estado mais potente do próprio ser. A alegria, a felicidade, de termos o objecto do nosso amor, de termos a pessoa amada.
O amor de Aristóteles é muito mais exigente, muito mais
difícil e requer muito maior maturidade emocional e afectiva. “Filia” é um amor
que dá trabalho, que requer investimento constante, que precisa de tolerância e
da capacidade de passarmos por bons e maus momentos, mas sem desistirmos.
“Filia” é um amor que se constrói... a dois...
E se podemos ter um amor muito mais fácil e, aparentemente,
mais estimulante, como “Eros”, porque havemos de querer um amor muito mais
desafiante como “Filia”? E a resposta é, porque é muito mais gratificante.
Porque este é um amor que não se esgota e, por isso, é um amor que nos permite
viver uma vida extraordinária. A vida que dividimos com outra pessoa e que nos
dá a possibilidade de frutificar e construir algo muito maior do que nós
próprios...
Mas é com Cristo que nos surge a derradeira forma de amor,
“Agape”. E “Agape” é o amor pelo amor. O amor ao próximo. O amor incondicional.
“Agape” é um estado de sintonia perfeita e de êxtase. Agape não conhece
condições nem pressupostos. “Agape” é independente da posse. Ama-se quer se
possua ou não o objecto do amor. “Agape” é muito mais refinado ainda do que “Filia”,
porque se no segundo a prioridade somos nós e a nossa alegria, no primeiro a
única coisa que interessa é o objecto do nosso amor... Se “Filia” depende da
nossa felicidade, da nossa alegria, em “Agape” a única coisa que interessa é a
felicidade, a alegria e a passagem para um estado mais potente, do ser amado.
Agape é a elevação máxima do amor. A que verdadeiramente vale a pena. Livre do ego, do apego, das condições, dos pressupostos. E é, infelizmente, aquela que nem todos temos o privilegio de conhecer e, na minha opinião, a única e verdadeira razão pela qual se justifica viver...