quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Resiliência


Desde muito novo Soichiro Honda mostrou grande interesse em automóveis. Trabalhou em oficinas, como Mecânico, até que um dia desenhou um pistão que esperava vender à Toyota. Tendo a famosa marca de automóveis recusado os seus desenhos, pois não reuniam os padrões que consideravam mínimos, foi como se a recusa tivesse reforçado o objectivo de Soichiro.
Tornou-se quase uma obsessão para si. Honda trabalhava continuamente no seu projecto e investia tudo o que tinha no seu sonho. Chegou ao ponto de penhorar as jóias da sua mulher na perseguição deste seu desejo.
Como se os desenhos continuassem a ser recusados Honda resolveu entrar na Universidade, embora fosse já mais maduro que a maior parte dos seus outros colegas. Conta a história que os seus anos de estudo não foram fáceis. Por um lado havia alguma controvérsia em relação aos seus desenho e por outro Honda não era especialmente bem aceite pelos colegas mais novos.
Quando terminou os seus estudos e depois de mais algumas recusas por parte da Toyota, Soichiro vê, um dia, os seus desenhos aprovados, tem o seu primeiro contrato e constrói uma fábrica para começar a produzir.
Muito pouco tempo depois de ter construído a fábrica há um terramoto e a fábrica é completamente destruída. Mas o Sr. Honda não desistia nunca e resolve reconstrui-la. Só que, entretanto, o Japão entrara na II Grande Guerra e não há matéria-prima para o fazer. Honda inventa então uma forma de produzir o seu próprio concreto e assim reconstruir a sua fábrica.
Mas durante a Guerra os bombardeiros americanos não davam descanso e a fábrica é bombardeada e destruída mais duas vezes. Qualquer um teria desistido, mas não Soichiro Honda. Os seus sonhos eram demasiado grandes para que ele pudesse desistir. Não só reconstruiu a fábrica como ainda fazia a sua equipa sair à rua e recolher as latas de combustível que eram largadas dos aviões americanos. Usava-as como matéria prima para os seus pistões, numa altura em que se tornava muito complicado ter acesso a metais. Honda chamava-lhes presentes do Presidente Truman.
Quando a guerra termina e o Japão fica economicamente destruído. Honda perde o seu contrato com a Toyota. A sua situação financeira fica tão debilitada que nem para se deslocar e alimentar a família tem condições.
É então que inventa um pequeno motor, que coloca na sua bicicleta para poder deslocar-se. Ao ver a sua bicicleta, os seus vizinhos começam a pedir-lhe que coloque motores também nas suas. É então que tem uma ideia: Se conseguisse produzir estas bicicletas em massa, talvez pudesse contribuir com relevância para a recuperação económica do seu Pais.
Resolve enviar 5000 cartas a vendedores de bicicletas no Japão, explicando-lhes o seu projecto e pedindo-lhes financiamento para o mesmo. Consegue sensibilizar praticamente metade e depois de várias afinações, a sua bicicleta estava pronta para ser comercializada tornando-se um sucesso entre os Babyboomers na Europa e EUA.
O resto é história. Passados 30 anos a Honda vendia nos EUA mais automóveis que a própria Toyota. Mas mais importante do que tudo isso e na minha opinião, Soichiro Honda deu ao mundo um grande exemplo do que conseguimos quando lutamos com determinação pelos nossos sonhos e não nos deixamos derrotar, sejam quais forem as adversidades que nos saiam ao caminho.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Quanto me custa uma pá?

Por vezes fico com a sensação de que, no nosso Pais, o conhecimento é desvalorizado.

Vejo as empresas a pedir motivação...Vejo as pessoas a pensar em trabalhar mais horas e mais duro... E tudo isto como se a única forma de melhorar os nossos resultados fosse fazendo mais.

Só trabalho duro vai deixar-nos cansados. Mas trabalho inteligente pode-nos deixar ricos! E a maior parte das pessoas que eu conheço estão cansadas em vez de ricas...

E é por isso que, por vezes, me parece que subavaliamos o conhecimento.

Da forma como vejo as coisas o conhecimento é a maior riqueza que temos. Vale mais do que o ouro, até porque pode ser transformado em ouro. Eu chamo-lhe o tesouro das ideias!... O mais valioso tesouro que há e o único que não podemos perder. Podemos ganhar e perder muito dinheiro, mas dificilmente podemos perder as ideias.

E as ideias são preciosas porque influenciam directamente a qualidade das nossas escolhas. E boas escolhas conduzem a boas práticas que nos trarão bons resultados.

Para cavar o tesouro das ideias temos essencialmente duas estratégias: o estudo da própria vida e o estudo da vida dos outros.

Estudar a nossa vida, a nossa filosofia, as nossas escolhas, os nossos resultados é um imperativo da nossa aprendizagem. De que forma é que a minha maneira de pensar tem conduzido aos meus resultados? O que é que em mim tem atraído determinada realidade? E reflectir, amadurecer, aprender... aprender...

E estudar a vida dos outros pode poupar-nos muitos erros e dar-nos pistas sobre muitas das boas práticas de que necessitamos, para atrair o tipo de efeitos a que nos propomos.

Jim Rohn costumava perguntar se seria coincidência que todas as casas acima de € 500 000 tivessem uma biblioteca!?!.. Não me parece... E quando vejo os hábitos de leitura dos Portugueses não consigo deixar de fazer algumas extrapolações sobre o facto de, como grupo, trabalharmos tantas horas para tão pobres resultados.

Se alguém bem sucedido colocou tudo o que sabe sobre isso num livro e o assunto me interessa será que eu posso não ler o livro? Quanto custa ?15€? E se o autor der um seminário onde, na primeira pessoa, explica tudo o que aprendeu no processo? Será que eu tenho mesmo a opção de não assistir? Quanto custa 100 €? E quanto custa não assistir!!?!...

Por vezes não deixo de ter a sensação que evitamos os investimentos na nossa educação, sem nunca ponderar quanto nos vai custar a ignorância. Seria o mesmo que eu chamar um amigo para me ajudar a cavar um tesouro, que podíamos dividir e ele responder-me que as pás são muito caras...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Integridade não situacional

Conheci, em 2009, o empresário australiano John McGrath que me contou que ele e Russel Crowe foram melhores amigos durante a sua infância e juventude. Contou-me também que, para além de andarem frequentemente metidos em problemas, eram alunos francamente abaixo da média. Aos 16/17 anos desistiram de estudar. Um tornou-se actor, o que não parecia ser uma decisão muito inteligente para um jovem australiano no final dos anos 70, e John decidiu trabalhar uma vez que um problema de saúde o afastava do seu sonho de ser profissional de futebol australiano e isto depois de ter tido notas francamente más nos exames de acesso à universidade.

John começou como assistente de vendedor de automóveis, o que significava basicamente lavar carros. Progrediu mais tarde para vendedor de automóveis, depois para o negócio de aluguer de automóveis e mais tarde para o mercado imobiliário.

Quer o seu salário estivesse directamente ligado à sua produtividade, ou não, em todas as suas experiências de vendas John bateu todos os recordes. Ele chama a isso integridade não situacional: não importa o que nos pagam, ou até se nos pagam, nós temos a responsabilidade de não dar menos do que o nosso melhor em tudo aquilo que fazemos.

“Se vamos fazer qualquer coisa, porque não a havemos de fazer como o melhor do mundo?”

Da mesma maneira que Russel Crowe ousou um dia sonhar tornar-se no melhor actor do mundo, John continua a atrever-se pensar como o melhor profissional imobiliário do mundo. Depois de ter materializado um volume de negócios de 3,5 mil milhões de dólares em 2008 em plena recessão internacional num país como a Austrália, John considera-se no bom caminho.

Todos nós temos o potencial de fazer coisas extraordinárias com a nossa vida, a questão é se decidimos mesmo fazê-las.


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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Um árvore deve crescer onde é plantada!

Em 1969 três estudantes, no Colorado EUA, aproveitavam passeios que davam pelas montanhas, para recolher ervas que vendiam a ervanárias locais. Rapidamente aprenderam que podiam colocar as ervas em saquinhos e transformá-las em infusões muito agradáveis, que começaram a vender directamente.,

Como a receptividade do mercado fosse muito boa decidiram lançar então uma empresa a que chamaram Celestial Seasonings dirigida por um deles, Mo Siegel, que tinha 20 anos de idade.

A história foi de um enorme sucesso comercial até que em 1984 a gigante Kraft Foods faz uma irrecusável proposta pela compra da empresa: USD 65 M.

Depois de cerca de 14 anos a crescer o seu negócio, com pouco mais de 30 de idade e multimilionário depois de vender a sua empresa, Mo decide que quer compreender a sua missão na vida e procurar um sentido para a mesma.

Resolve então viajar pelo mundo e conhecer um pouco mais das culturas e formas de pensar e aproveita a sua viagem para visitar vários grandes líderes espirituais, na esperança de que o ajudassem na sua busca pessoal.

Depois de visitar os grandes líderes espirituais do mundo tem um dia a oportunidade de encontrar a Madre Teresa. Contou-lhe a sua vida e a sua busca até que a Senhora lhe segurou numa mão e disse: “Mo, uma árvore deve crescer onde foi plantada.”...

Hesitou por um momento e respondeu: “Madre Teresa, não tenho a certeza de ter compreendido o que me disse...”. E foi então que a missionária lhe terá explicado. “Se calhar está a procurar no sítio errado. Se calhar a sua missão é fazer aquilo que faz melhor: crescer negócios. Se calhar a sua missão é exactamente crescer a sua empresa...”

A ideia atingiu Mo como um raio. Porque havia de estar a procurar o seu caminho noutros locais, quando aquilo de que sempre havia gostado e aquilo que fazia melhor era, de facto, gerir e fazer crescer empresas?

Conta a história que decidiu voltar aos EUA e que por acaso enquanto tinha estado fora a Kraft Foods não tinha feito um bom trabalho com a sua empresa. Entretanto tinham tentado vendê-la à Lipton, mas o negocio estava a ser rejeitado pelas autoridades por motivos de concorrência.

Mo propôs-se então a recomprar a sua empresa o que conseguiu por uma pequena parcela do que havia recebido por ela poucos anos antes...

Foi então Presidente por mais cerca de 10 anos até que em 2002 e depois de dispersar o capital em Bolsa, encaixando pessoalmente mais alguns milhões, abandonou as suas funções executivas.