quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Responsabilidade

Já me referi noutras alturas à lei de ferro do universo: a lei da causa e efeito. Esta lei determina que todos os efeitos que estou a obter na minha vida, têm causas bem identificadas a montante. A lei de semear e colher é a versão bíblica da lei da causa e efeito e explica-nos que se semeamos feijões colhemos feijões, se semeamos morangos colhemos morangos, se semeamos o bem colhemos o bem e se semeamos o mal é o mal que colhemos. Até aqui tudo simples e tudo tranquilo.

Mas as coisas mudam de figura quando passamos ao passo seguinte. A maior parte de nós tem alguma dificuldade em aceitar e no decorrer deste raciocínio, que podemos compreender bem o que estamos a semear nas nossas vidas, ao perceber com clareza o que estamos a colher. É verdade! O que quer que tenhamos hoje nas nossas vidas, bom ou mau, é o fruto daquilo que semeámos.

Ou seja, as recompensas que a vida nos traz dependem directamente da qualidade e quantidade das contribuições que fazemos.

O dia em que eu compreendo e aceito esta responsabilidade é o dia em que estou pronto para assumir o controlo do meu destino e começar a tirar da vida aquilo que sempre desejei.

Por isso é também fundamental compreender, que o universo e para nossa protecção, está equipado com um mecanismo de adiamento dos efeitos. Quero com isto dizer que, da mesma forma que os maus juízos que fazemos não nos são imediatamente fatais, também as boas práticas necessitam de ser repetidas de forma consistente ao longo do tempo, antes de nos trazerem resultados. Não fico magro e saudável por ir uma vez ao ginásio, da mesma forma que o feijoeiro não nasce no dia em que planto o feijão.

Ainda assim uma das maiores doenças do mundo ocidental é a irresponsável obsessão pela gratificação imediata. Uma das causas para que as economias dos Países Asiáticos estejam cada vez mais competitivas, é o facto de não terem o mesmo nível de orientação para o curto prazo que nós temos.

Ao compreendermos a causa e efeito, compreendemos também a quantidade de escolhas e alternativas que temos em cada momento no tempo. E quando partimos de um lugar de responsabilidade, as duas escolhas principais são a de aceitar a propriedade das condições de vida, tal e qual se nos apresentam e aceitar a responsabilidade de mudar essas condições, caso não estejamos inteiramente satisfeitos com elas. E de acordo com outra lei mental, a lei do controlo, isto é o que nos traz felicidade. A ideia de ter o poder de agir sobre o meu futuro.

É também assim que se constrói a nossa auto-confiança. A convicção de que podemos alterar as nossa condições de vida de acordo com as nossas pretensões, compreendendo que os fracassos são momentâneos e que se tornam no caminho para o sucesso, pois vão-nos mostrando os erros que estamos a cometer e consequentemente permitindo afinações na nossa abordagem. A auto-confiança reduz o impacto do medo e cria condições para podermos então passar à acção.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Sistema de Activação Reticular

Quando plantamos uma semente, esta deve encontrar condições para germinar. Solo fértil e água são os pressupostos essenciais para que o fenómeno se materialize. Aí a semente começa a germinar, criando raízes e dando origem a uma pequena planta. Ao crescer a planta torna-se forte e transforma-se numa árvore. Na sua maturidade a árvore premiar-nos-á com os seus frutos que nos alimentam e cujos caroços são novas sementes, que nos permitem replicar este o ciclo todas as vezes que quisermos.

Grande parte das nossas lições de vida podemos encontrá-las na natureza. A natureza é tão eficiente e bem desenhada, que encontramos nela resposta para quase tudo o que necessitamos.

Penso nas ideias como sementes. Realizações em potencial. Quando temos uma ideia, começamos a procurar na realidade referências que a confirmem, tal como a semente cria raízes. O nosso cérebro, através do seu sistema de activação reticular, consegue encontrar na realidade referências para praticamente tudo. Consegue encontrar referências de que a terra é plana, se for nisso que se focar. Nessa altura as nossas referências transformam-se em crenças. Não precisam de ser verdadeiras, mas a partir do momento em que nascem, o nosso cérebro começa a trabalhar para as tornar verdadeiras. E aí tornam-se verdadeiras para nós. A ideia transforma-se em crença da mesma forma que a semente dá origem a uma planta.

A título de exemplo, será que eu consigo encontrar na realidade referências que confirmem que com esta crise não é possível os negócios prosperarem? Claro que sim! Diariamente lido com Empresários que o conseguem demonstrar, de forma praticamente inequívoca. E se eu procurar referências de que, neste momento de crise, surgem fantásticas oportunidades de criar riqueza e reforçar os negócios? Será que as consigo encontrar? Claro que sim também. De todas as crises surgem novos milionários que o confirmam.

Quanto mais sólida se torna a convicção, mais referências o SAR vai encontrando para a confirmar e, da mesma forma que na sua maturidade a planta se tornou uma árvore, a crença transforma-se numa convicção. E as nossas convicções são poderosas. Têm virtualmente o poder de criar e destruir. As nossas convicções dão frutos, assim como as árvores. Os nossos resultados na vida, sejam eles quais forem, são o fruto das nossas convicções. E isto porque nós agimos de acordo com aquilo que acreditamos ser verdadeiro.

Isto faz do nosso SAR uma ferramenta poderosíssima, que nos dá-nos o controlo do nosso destino. Ao controlarmos a qualidade das nossas ideias e das coisas em que pensamos na maior parte do tempo, estamos a controlar a qualidade dos nossos resultados. Torna-se então absolutamente essencial focarmo-nos no que queremos, em vez do que não queremos.

(este artº foi publicado no OJE de 15.09.09)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Acção

Uma das questões que mais tem intrigado as pessoas desde sempre é a das razões pelas quais algumas pessoas são bem sucedidas e outras não.

Enquanto a maior parte de nós tem medo de tentar, os Vencedores, ainda que tenham tanto medo como qualquer um de nós, têm ainda mais medo do que estão a perder e de não realizar o seu máximo potencial, do que de falhar.

Para tomarmos acção há que elevar os nossos padrões, ou seja, exigir mais para nós e a nós próprios. E a única forma de decidirmos elevar os nossos padrões é perceber porque o devemos fazer. Qual é o nosso porquê... Há pessoas que decidem querer mais, quando tomam consciência do que é ter mais. Dos benefícios que podem ter, dos benefícios que podem proporcionar... Outras pessoas encontram outras razões. Cada um deve encontrar a sua...

Encontrando o porquê, damos o primeiro passo para desenvolver certeza em relação ao nosso potencial. As nossas convicções em relação ao nosso potencial afectam directamente os nossos resultados. E esses resultados reforçam essas mesmas convicções. A vida torna-se uma auto-profecia. É por isso que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Convicções positivas sobre mim próprio, conduzir-me-ão a tomar acção que me trará resultados, que reforçarão a minha confiança e me farão tomar mais acção criando um ciclo virtuoso. Convicções negativas impedir-me-ão de tomar acção e/ou influenciarão a determinação dessa acção, afectando negativamente os resultados o que terá impacto na minha auto-confiança e me impedirá de tomar mais acção: criou-se um ciclo vicioso e venenoso. Veneno mental.

A certeza de que vamos ser bem sucedidos conquista-se no nosso interior. Treinarmo-nos e vermo-nos a ser bem sucedidos mentalmente, antes de o sermos na realidade. A isto chama-se experiência fictícia e inúmeros estudos têm comprovado ser tão ou mais poderosa do que a experiência real, uma vez que o nosso subconsciente não distingue uma da outra.

Numa das minhas empresas, tenho o privilégio de falar com centenas de pessoas que estão a ponderar fazer uma mudança de vida e montar o seu próprio negócio... E o que é curioso é que ainda que estejam a considerar essa possibilidade, a maior parte delas fazem-no de uma posição de cepticismo. Ao ponderar a mudança de uma perspectiva de cepticismo, focam-se em encontrar todas as razões para não avançar. Como o nosso cérebro, através do seu sistema de activação reticular, tem a capacidade de encontrar na realidade, todas as referências que comprovem um determinado ponto de vista, uma parte importante conclui que, invocando uma razão ou outra, não é uma boa ideia.

Nós não somos cépticos. Somos medrosos. Não é preciso ter coragem para ser céptico. A nossa vida muda, no momento em tomamos a decisão de que o nosso futuro não tem de ser igual ao nosso passado. No momento em que decidimos encontrar um sistema simples para começar e procurar o nosso caminho a partir daí. Nesse dia decidimos ser bem sucedidos e que nada nos pode parar.

(Este artº foi publicado no OJE de 1/9/9)