segunda-feira, 25 de maio de 2009

Porque é que nos pagam afinal?

Houve uma altura da minha vida, estava eu ainda nos primeiros anos de carreira, em que conheci alguém que marcou muito. Esta pessoa acabou por me ajudar a refinar a minha atitude e filosofia, permitindo-me ir mais longe do que até aí seria possivel.

Um dia queixei-me ao meu amigo das minhas condições de trabalho, reclamando do meu salário e da falta de motivação que (entendia eu) consequentemente, acabava por sentir.”Se pagam ordenados destes, como é que esperam que as coisas corram melhor?” Reclamava eu indignado... “Pagam ordenados desses a si!” Respondeu-me. “Não há pessoas a quem a empresa paga mais?...” Continuou. “Então, até que o meu amigo se requalifique e passe a trazer mais valor para a empresa, esse continuará, provavelmente a ser o seu salário...”

Foi nesse dia que percebi que não era pago ao mês. Foi nesse dia que percebi que era pago pelo valor que colocava no mês.

Seria então possivel multiplicar o valor do meu rendimento? Claro! Bastaria requalificar-me e desenvolver as mihas competências, para passar a trazer ao mercado mais valor no mesmo espaço de tempo. E aí o mercado estaria encantado em pagar mais pelo meu trabalho.

O que não podemos é esperar ganhar mais por pedido. O que não podemos é querer viver melhor por exigência. Não será melhor opção tornarmo-nos mais valiosos, colocar mais valor na nossa hora de trabalho e tornarmo-nos no tipo de pessoas que atrai melhores ofertas?...

Estamos a chegar a altura de campanha eleitoral e um dos temas que recorrentemente vem à discussão é a questão do salário mínimo. Será que devia ser mais alto?... Porquê ser mais alto?! É a minha resposta. A sociedade em que vivemos deve ser vista como um escada, não como uma cama. Só é importante ser mais alto se planeamos lá ficar toda a vida! Mas é essa a vida a que nos propomos? Uma vida sem progressão?! Uma vida sem crescimento e sem evolução? Parece-me uma forma triste de viver. Mas se é, então provavelmente devia ser mais alto... Mas não é o princípio da vida exactamente começar, em primeiro lugar, e depois progredir? Tornarmo-nos melhores, mais capazes, mais competentes e mais valiosos?... Crescer enquanto vivemos?... O que é que acontece na natureza a tudo o que pára de crescer? É verdade, começa a morrer!... Então o salário, seja ele qual fôr, deve ser um princípio. O primeiro degrau da escada. A oportunidade de começar, para então depois progredir. Investir no nosso crescimento ainda mais do que no nosso trabalho e ter a oportunidade de ser compensado a níveis cada vez mais elevados. Não pelas horas que trabalhamos, mas pelo valor que colocamos nessas horas.

A questão fundamental a colocar, profissionalmente, passa a ser então “No que é que me estou a tornar?” em vez de “Quanto é que estou a ganhar?” É aquilo em que nos tornamos que nos faz valiosos e não quanto ganhamos.

Ou como diz Jim Rohn “Se trabalharmos duro no nosso trabalho podemos ganhar a vida, se trabalharmos duro em nós próprios podemos ganhar fortunas.”

Sem comentários: