quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Auto-Disciplina

Tenho tido recentemente a oportunidade de reflectir com algumas pessoas com quem trabalho, sobre aquilo que nos permite atingir determinadas realizações. Ou seja, como aparecem os resultados na nossa vida.

A maior parte das pessoas a quem pergunto como desenvolvem os seus níveis de confiança, responde-me que esta vem dos resultados. Isto faz-me sempre alguma confusão, pois não vejo como nos havemos sequer de propor a alguma realização digna de registo se não tivermos antes algum nível de confiança... Muito menos resultados! Estamos então tentados a cair num ciclo vicioso. Não temos resultados porque não temos confiança e não temos confiança porque não temos resultados. E muita gente passa a vida prisioneira desta armadilha.

Na minha opinião a confiança tem de aparecer antes dos resultados. Assumirmos esta responsabilidade dá-nos o controlo sobre o nosso futuro, por oposição a deixá-lo entregue à sorte agreste daquilo que o acaso nos trouxer. Um indivíduo confiante propor-se-á a determinados objectivos e criará condições para os atingir. Mas não alguém a quem essa confiança falte. Isso parece-me claro.

Mas onde vamos então buscar essa auto-confiança?... Respondo com outra pergunta... Qual é a principal característica dos Indivíduos confiantes?... Como se sentem eles em relação a si próprios? Acredito eu que essa característica é a auto-estima.

Alguém que gosta de si próprio confia nas suas capacidades, como tal desenvolverá a auto-confiança de que necessita para atingir os resultados a que se propõe. Mais do que isso, só alguém que goste de si próprio e seja consequentemente confiante, terá condições para lidar com o medo da possibilidade de não ser bem sucedido, em qualquer coisa que resolva empreender. Para tentar, primeiro e para obter resultados, depois, torna-se fundamental ter auto-estima.

E a auto-estima?... Onde a encontraremos então?... Será que é a olharmos para o espelho diariamente, a pensar quão fantásticos tivemos a felicidade de nascer?... Será que é sentados todo o dia à nossa secretária à espera que ela nos caia do céu?... Não me parece! Se esquecermos o que não está sob o nosso controlo e que se prende com o tipo de amor que tivemos na nossa infância e as marcas que isso nos deixou, parece-me que nos orgulhamos de nós próprios quando estamos satisfeitos com a quantidade e qualidade da nossa acção. Parece-me que gostamos de nós próprios quando sentimos que não demos menos do que o nosso melhor. A auto-estima nasce então da acção. Ou seja, da disciplina de fazer aquilo que sabemos que deve ser feito com o nosso máximo empenho. Ou dito de outra forma, a auto-estima vem da auto-disciplina. Da nossa capacidade de cumprirmos com uma série de práticas diárias.

Será este então o caminho para os resultados. Se nos auto-disciplinarmos diariamente estamos a construir a nossa auto-estima, que resultará na auto-confiança de que necessitamos para atingir os resultados que queremos.

A auto-disciplina coloca-nos o pão na boca.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Recursos para o Sucesso

Todos os resultados que atingimos na vida são determinados pela forma como pensamos, ou seja pela forma como usamos os nossos recursos mentais.

Todas as experiências que tivemos na vida e a forma como as avaliámos ou interpretámos cristalizaram-se num conjunto de informação que está gravada no nosso subconsciente e que funciona de alguma forma como o nosso programa central. Este programa central resulta numa função de piloto automático que se materializa no nosso comportamento habitual. O que nós acabamos por fazer resulta, acima de tudo, do hábito e é reflexo da imagem que temos de nós próprios.

Um dos aspectos fundamentais de tudo isto é que, da mesma forma que o nosso subconsciente foi até hoje programado de uma certa maneira, qualquer um de nós pode decidir em qualquer altura assumir o controlo dessa programação e reprogramá-lo de uma forma diferente. E, acima de tudo, de uma forma mais poderosa, no sentido de nos aproximar do que pretendemos para a nossa vida.

Todos nós temos uma série de atributos inatos e a responsabilidade de, ao longo da vida, lhe somarmos mais uma série de outros que podemos classificar de adquiridos. Mas aquilo que faz a diferença no nosso desempenho individual é a nossa atitude. Esta atitude funciona como factor multiplicativo da soma de todos os nossos atributos.

E a atitude resulta das nossas expectativas. Estas, por sua vez, têm origem nas nossas convicções, nos sentimentos de certeza em relação ao significado de algumas coisas.

Quando as nossas expectativas são positivas verifica-se um impacto imediato na forma como nos sentimos. Um sentimento de felicidade e autoconfiança que aumenta a nossa resistência aos desafios.

No fundo nós não somos mais do que aquilo que decidimos ser. Se não estivéssemos, de facto, contentes com o que temos ou o que somos, já tínhamos decidido mudar.

Temos o potencial para sermos ou termos tudo aquilo que desejarmos na vida. A questão é decidir se queremos pagar o preço…

O sucesso vale a pena, acima de tudo pelas pessoas em que nos tornamos no processo de ser bem sucedidos. O dinheiro, a glória e o reconhecimento sabem-nos bem, mas aquilo em que nos tornamos é o mais importante. Tudo o mais evolui naturalmente da pessoa em que nos tornamos.

A partir do momento em que decidimos ser bem sucedidos encontramos no treino e na acção a criatividade de que necessitamos para começar a transformar os nossos sonhos sem realidade. Sem acção todos os benefícios do treino são sentirmo-nos bem por alguns dias. Mas com acção nós conseguimos o crescimento necessário para obter mudanças e resultados de longo prazo. Tudo o que necessitamos para ser bem sucedidos pode ser aprendido.

Há que começar por reconhecer que temos tudo o que é fundamental para atingirmos o que quisermos e, a partir de aí, começar a desenvolver e a aplicar essas nossas capacidades.

Como nos diz Zig Ziglar “O ontem acabou na noite passada e o que é importante não é de onde se começa mas onde se chega.” A única forma de falhar é desistir!

(este artº foi publicado no OJE de 10.11.09)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Motivação

Na última semana, esteve em foco na comunicação social o concurso para a pessoa mais motivadora de Portugal.

Tive o privilégio de ser um dos nomes sugeridos e o privilégio ainda maior de ter sido um dos finalistas.

Ainda assim recordo-me de ter pensado, quando soube que o meu nome havia sido sugerido, “como posso aceitar ser candidato, se não acredito que seja possível motivar alguém?”.

A nossa motivação é aquilo em que nós pensamos a maior parte do tempo. E nós transformamo-nos naquilo em que pensamos de forma constante. Ou seja, somos motivados e movidos, em permanência, pelos nossos pensamentos correntes. A motivação é, para mim, a força interna que nos conduz às decisões que moldam a nossa vida. E move-nos em direcção a algo, ou afasta-nos de alguma coisa.

Mas é um processo interno. O processo de encontrar um motivo para aquilo que fazemos… Ou deixamos de fazer… De facto, acredito que todos nós somos motivados por defeito. Positiva ou negativamente. Até a decisão de não fazer nada é originada por um motivo. Motivação para não fazer nada.

Podemos ouvir alguém com um discurso inspirador, que nos façam sentir bem ou ter vontade de agir por uns dias. Podemos ter alguém que consiga ajudar-nos a atingir o estado emocional que nos conduz à acção imediata. Mas para que o efeito seja duradouro, temos de querer, aceitar e internalizar novos conceitos. Temos de estar disponíveis para ver alterados os nossos conhecimentos, convicções e valores… Enfim aceitar uma evolução da nossa própria identidade.

Há duas emoções que estão na base da motivação: o medo e o desejo. O medo é a emoção destrutiva que se foca no passado, implicando uma repetição contínua de más experiências e sua projecção no nosso futuro. O desejo é como um íman que nos faz procurar repetir no futuro as nossas memórias de prazer e de sucesso.

E estas emoções causam-nos pressão que é boa ou má dependendo apenas da forma como lidamos com ela. Se é causada pelo medo é destrutiva, criando stress e até doença. Se é originada pelo desejo é como a força que puxa uma seta para o centro de um alvo.

O trabalho de Viktor Frankl, psiquiatra que foi prisioneiro em campos de concentração alemães, mostra que necessitamos de objectivos que nos façam seguir em frente. A grande diferença é que as pessoas bem sucedidas se focam nas recompensas enquanto que a maior parte de nós tende a focar-se nas consequências que projecta e muitas vezes exagera, de um eventual fracasso.

O sucesso não está reservado para os que têm talentos especiais, um QI elevado ou um berço de ouro. Está dependente, na sua quase totalidade, da nossa motivação interna.

Por detrás de cada vencedor está um desejo ardente e a expectativa de que as coisas lhe vão correr bem, porque tudo fez para isso. Está o optimismo de quem está numa posição de gratidão porque compreende e se foca em tudo aquilo que a vida tem de bom. Enquanto os outros fazem ondas, os vencedores aproveitam para fazer surf.
Ser bem sucedido é um hábito… mas fracassar também.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Decisões

A principal forma de mudarmos ou melhorarmos as nossas vidas é encontrarmos uma forma de tomar acção. De cada vez que tomamos acção damos início a uma sequência de causa e efeito que nos conduz numa determinada direcção. Para assumirmos então o controlo do nosso futuro, devemos antes assumir o controlo das acções que tomamos de uma forma consistente.

Mas qual será a origem das nossas acções. Como é que elas surgem? E a resposta encontra-se nas nossas decisões. As nossas acções são sempre precedidas pelas nossas decisões. É então no momento em que tomamos decisões que nós moldamos a nossa vida. Que nós moldamos o nosso futuro.

O desafio é que a maior parte de nós não compreende sequer o que significa tomar uma verdadeira decisão. Habituámo-nos a usar o termo de uma forma tão leve que o confundimos muitas vezes com preferências ou com desejos. Daí não compreendermos também o fantástico poder que uma verdadeira decisão liberta. O poder de um verdadeiro compromisso. Do verdadeiro empenho.

Tomar uma (verdadeira) decisão significa eliminar todas as outras alternativas. Significa que a não existe sequer a possibilidade de não acontecer aquilo que acabámos de decidir. Se reflectirmos sobre a origem da palavra compreendemos exactamente a sua força. Decisão significa algo que tem origem numa cisão, ou seja num corte. De cisão.

Uma verdadeira decisão transforma-nos numa pessoa diferente. E isso porque nos compromete com diferentes resultados, com diferentes padrões, com diferentes hábitos. E quanto melhores forem os padrões e os resultados que decidirmos para nós melhores pessoas nos tornamos. E, por isso, devemos tomar decisões com frequência.

Muitas vezes pergunto às pessoas o que aconteceria às suas vidas e carreiras, se todas as semanas tomassem decisões sobre elas… O crescimento seria inimaginável…

Mas o melhor do poder das decisões é que todos nós o possuímos. Não é algo reservado a alguns predestinados, ou a indivíduos que nascem em condições privilegiadas. Não! Todos nós (já) o temos.

Sim, porque não são as nossas condições de vida e aquilo que nos acontece que determina o nosso futuro, mas sim as decisões que tomamos sobre aquilo que nos acontece.

E ao juntarmos o poder das nossas decisões, com o de objectivos claros, tornamo-nos praticamente imparáveis. Uma decisão associada a um objectivo torna-nos verdadeiramente poderosos, porque a uma decisão está associada acção. E não qualquer tipo de acção, mas acção massiva. Acção com níveis de urgência e concentração de poder elevados. A uma verdadeira decisão associamos 100% dos nossos recursos. Uma verdadeira decisão é a negação da alternativa contrária.

A única forma de não realizar um objectivo, depois de tomar uma decisão é desistir. Devemos manter o compromisso absoluto com as decisões, mas mantermo-nos flexíveis na nossa abordagem até encontrar o caminho.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Responsabilidade

Já me referi noutras alturas à lei de ferro do universo: a lei da causa e efeito. Esta lei determina que todos os efeitos que estou a obter na minha vida, têm causas bem identificadas a montante. A lei de semear e colher é a versão bíblica da lei da causa e efeito e explica-nos que se semeamos feijões colhemos feijões, se semeamos morangos colhemos morangos, se semeamos o bem colhemos o bem e se semeamos o mal é o mal que colhemos. Até aqui tudo simples e tudo tranquilo.

Mas as coisas mudam de figura quando passamos ao passo seguinte. A maior parte de nós tem alguma dificuldade em aceitar e no decorrer deste raciocínio, que podemos compreender bem o que estamos a semear nas nossas vidas, ao perceber com clareza o que estamos a colher. É verdade! O que quer que tenhamos hoje nas nossas vidas, bom ou mau, é o fruto daquilo que semeámos.

Ou seja, as recompensas que a vida nos traz dependem directamente da qualidade e quantidade das contribuições que fazemos.

O dia em que eu compreendo e aceito esta responsabilidade é o dia em que estou pronto para assumir o controlo do meu destino e começar a tirar da vida aquilo que sempre desejei.

Por isso é também fundamental compreender, que o universo e para nossa protecção, está equipado com um mecanismo de adiamento dos efeitos. Quero com isto dizer que, da mesma forma que os maus juízos que fazemos não nos são imediatamente fatais, também as boas práticas necessitam de ser repetidas de forma consistente ao longo do tempo, antes de nos trazerem resultados. Não fico magro e saudável por ir uma vez ao ginásio, da mesma forma que o feijoeiro não nasce no dia em que planto o feijão.

Ainda assim uma das maiores doenças do mundo ocidental é a irresponsável obsessão pela gratificação imediata. Uma das causas para que as economias dos Países Asiáticos estejam cada vez mais competitivas, é o facto de não terem o mesmo nível de orientação para o curto prazo que nós temos.

Ao compreendermos a causa e efeito, compreendemos também a quantidade de escolhas e alternativas que temos em cada momento no tempo. E quando partimos de um lugar de responsabilidade, as duas escolhas principais são a de aceitar a propriedade das condições de vida, tal e qual se nos apresentam e aceitar a responsabilidade de mudar essas condições, caso não estejamos inteiramente satisfeitos com elas. E de acordo com outra lei mental, a lei do controlo, isto é o que nos traz felicidade. A ideia de ter o poder de agir sobre o meu futuro.

É também assim que se constrói a nossa auto-confiança. A convicção de que podemos alterar as nossa condições de vida de acordo com as nossas pretensões, compreendendo que os fracassos são momentâneos e que se tornam no caminho para o sucesso, pois vão-nos mostrando os erros que estamos a cometer e consequentemente permitindo afinações na nossa abordagem. A auto-confiança reduz o impacto do medo e cria condições para podermos então passar à acção.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Sistema de Activação Reticular

Quando plantamos uma semente, esta deve encontrar condições para germinar. Solo fértil e água são os pressupostos essenciais para que o fenómeno se materialize. Aí a semente começa a germinar, criando raízes e dando origem a uma pequena planta. Ao crescer a planta torna-se forte e transforma-se numa árvore. Na sua maturidade a árvore premiar-nos-á com os seus frutos que nos alimentam e cujos caroços são novas sementes, que nos permitem replicar este o ciclo todas as vezes que quisermos.

Grande parte das nossas lições de vida podemos encontrá-las na natureza. A natureza é tão eficiente e bem desenhada, que encontramos nela resposta para quase tudo o que necessitamos.

Penso nas ideias como sementes. Realizações em potencial. Quando temos uma ideia, começamos a procurar na realidade referências que a confirmem, tal como a semente cria raízes. O nosso cérebro, através do seu sistema de activação reticular, consegue encontrar na realidade referências para praticamente tudo. Consegue encontrar referências de que a terra é plana, se for nisso que se focar. Nessa altura as nossas referências transformam-se em crenças. Não precisam de ser verdadeiras, mas a partir do momento em que nascem, o nosso cérebro começa a trabalhar para as tornar verdadeiras. E aí tornam-se verdadeiras para nós. A ideia transforma-se em crença da mesma forma que a semente dá origem a uma planta.

A título de exemplo, será que eu consigo encontrar na realidade referências que confirmem que com esta crise não é possível os negócios prosperarem? Claro que sim! Diariamente lido com Empresários que o conseguem demonstrar, de forma praticamente inequívoca. E se eu procurar referências de que, neste momento de crise, surgem fantásticas oportunidades de criar riqueza e reforçar os negócios? Será que as consigo encontrar? Claro que sim também. De todas as crises surgem novos milionários que o confirmam.

Quanto mais sólida se torna a convicção, mais referências o SAR vai encontrando para a confirmar e, da mesma forma que na sua maturidade a planta se tornou uma árvore, a crença transforma-se numa convicção. E as nossas convicções são poderosas. Têm virtualmente o poder de criar e destruir. As nossas convicções dão frutos, assim como as árvores. Os nossos resultados na vida, sejam eles quais forem, são o fruto das nossas convicções. E isto porque nós agimos de acordo com aquilo que acreditamos ser verdadeiro.

Isto faz do nosso SAR uma ferramenta poderosíssima, que nos dá-nos o controlo do nosso destino. Ao controlarmos a qualidade das nossas ideias e das coisas em que pensamos na maior parte do tempo, estamos a controlar a qualidade dos nossos resultados. Torna-se então absolutamente essencial focarmo-nos no que queremos, em vez do que não queremos.

(este artº foi publicado no OJE de 15.09.09)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Acção

Uma das questões que mais tem intrigado as pessoas desde sempre é a das razões pelas quais algumas pessoas são bem sucedidas e outras não.

Enquanto a maior parte de nós tem medo de tentar, os Vencedores, ainda que tenham tanto medo como qualquer um de nós, têm ainda mais medo do que estão a perder e de não realizar o seu máximo potencial, do que de falhar.

Para tomarmos acção há que elevar os nossos padrões, ou seja, exigir mais para nós e a nós próprios. E a única forma de decidirmos elevar os nossos padrões é perceber porque o devemos fazer. Qual é o nosso porquê... Há pessoas que decidem querer mais, quando tomam consciência do que é ter mais. Dos benefícios que podem ter, dos benefícios que podem proporcionar... Outras pessoas encontram outras razões. Cada um deve encontrar a sua...

Encontrando o porquê, damos o primeiro passo para desenvolver certeza em relação ao nosso potencial. As nossas convicções em relação ao nosso potencial afectam directamente os nossos resultados. E esses resultados reforçam essas mesmas convicções. A vida torna-se uma auto-profecia. É por isso que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Convicções positivas sobre mim próprio, conduzir-me-ão a tomar acção que me trará resultados, que reforçarão a minha confiança e me farão tomar mais acção criando um ciclo virtuoso. Convicções negativas impedir-me-ão de tomar acção e/ou influenciarão a determinação dessa acção, afectando negativamente os resultados o que terá impacto na minha auto-confiança e me impedirá de tomar mais acção: criou-se um ciclo vicioso e venenoso. Veneno mental.

A certeza de que vamos ser bem sucedidos conquista-se no nosso interior. Treinarmo-nos e vermo-nos a ser bem sucedidos mentalmente, antes de o sermos na realidade. A isto chama-se experiência fictícia e inúmeros estudos têm comprovado ser tão ou mais poderosa do que a experiência real, uma vez que o nosso subconsciente não distingue uma da outra.

Numa das minhas empresas, tenho o privilégio de falar com centenas de pessoas que estão a ponderar fazer uma mudança de vida e montar o seu próprio negócio... E o que é curioso é que ainda que estejam a considerar essa possibilidade, a maior parte delas fazem-no de uma posição de cepticismo. Ao ponderar a mudança de uma perspectiva de cepticismo, focam-se em encontrar todas as razões para não avançar. Como o nosso cérebro, através do seu sistema de activação reticular, tem a capacidade de encontrar na realidade, todas as referências que comprovem um determinado ponto de vista, uma parte importante conclui que, invocando uma razão ou outra, não é uma boa ideia.

Nós não somos cépticos. Somos medrosos. Não é preciso ter coragem para ser céptico. A nossa vida muda, no momento em tomamos a decisão de que o nosso futuro não tem de ser igual ao nosso passado. No momento em que decidimos encontrar um sistema simples para começar e procurar o nosso caminho a partir daí. Nesse dia decidimos ser bem sucedidos e que nada nos pode parar.

(Este artº foi publicado no OJE de 1/9/9)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Liderança

A liderança é, na minha opinião, o grande desafio do séc. XXI. A liderança é o verdadeiro passo acima da mediocridade: ser capaz de servir, não só a nós próprios, mas também aos outros. E a liderança é, acima de tudo a nossa capacidade de atrair as pessoas certas. Para atrair pessoas atractivas temos de ser, nós próprios também atractivos. Ter uma lista de qualidades atractivas. Tudo coisas que podemos obter com algum treino e empenho. No fundo acabamos por estar a falar de desenvolvimento pessoal: a chave para um futuro melhor.

Cada vez mais as competências técnicas são baratas e fáceis de encontrar, tornando-se a atitude e a capacidade de influenciar os outros, os verdadeiros critérios do sucesso. A capacidade de influenciar os outros distingue as pessoas verdadeiramente bem sucedidas.

O primeiro aspecto a considerar quando falamos da nossa capacidade de influenciar os outros é a nossa integridade. Sermos íntegros significa sermos inteiros. Termos só uma cara e uma palavra. Sermos íntegros é deixarmos claro nas nossas acções (e não no que dizemos) que temos os interesses dos outros em consideração. Esta é a única forma de garantir, no longo prazo, a nossa capacidade de liderança. O verdadeiro líder está focado no bem comum.

O mais fácil de ser identificado é a nossa competência, mas se o nosso carácter não a sustentar, a nossa capacidade de influenciar os outros será seriamente prejudicada.

Os nossos padrões são a segunda característica que gostaria de referir. Os nossos padrões são aquilo que exigimos a nós próprios. Aquilo para que nos posicionamos. Com quanto e com o quê nos damos por satisfeitos. E porque é que os nossos padrões são importantes? Porque as pessoas querem seguir quem tem os padrões mais elevados. Quem traz uma melhor perspectiva em relação ao futuro é sempre quem nos inspira.

Na mesma linha vem o aspecto seguinte: o optimismo. Uma vez que gostamos de seguir quem nos traz a perspectiva de um melhor futuro, acabamos por seguir pessoas optimistas. Os líderes começam por ser realistas. E ser realista significa conhecer a realidade, ou seja o presente, como ele é. Nem melhor nem pior, simplesmente como é. Mas os líderes vêm como o futuro pode ser. Como o futuro pode ser melhor do que é o presente. O optimismo não é mais do que escolher ver o mundo e consequentemente o futuro de uma forma positiva.

A quarta característica é a capacidade de servir os outros. A chave do sucesso, da grandeza e do reconhecimento passa por servir. Todas as pessoas verdadeiramente bem sucedidas, foram-no por encontrar formas de servir a muitos. O líder não pergunta o que podem as pessoas fazer por ele, não pede, não espera… O líder pergunta-se o que pode ele fazer pelo grupo e actua.

No fundo os líderes compreendem a diferença entre “hard power” e “soft power”. Hard power vem da nossa capacidade de impor a nossa vontade pela força, pela coacção. E se por (raras) vezes não podemos deixar de a usar, pela coacção não temos senão mínimo da parte das pessoas.

Mas o soft power é magnético. Usando o soft power tornamo-nos no tipo de pessoas que os outro querem seguir. Sim porque são os outros que nos dão o benefício de se deixarem influenciar. O reconhecimento de nos seguirem. O privilégio de aderirem às nossas ideias. O verdadeiro Líder sabe que não pode decidir liderar. Sabe que é o seguidor quem decide se segue ou não. Sabe que a única decisão que está ao seu alcance é a de se tornar no tipo de pessoa que os outros seguem. O tal indivíduo atractivo. E sabe também e acima de tudo que quando seguimos alguém por opção, por inspiração, damos tudo em favor desse projecto. Fazemos muitas vezes mais por um projecto e um Líder em que acreditamos do que faríamos por nós próprios.

(Este artº foi publicado na revista Human de Ago 09)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Optimismo

As pessoas bem sucedidas são optimistas. As pessoas bem sucedidas esperam que as coisas lhes corram bem e elas correm.

As pessoas optimistas vêm o presente tal como é. Nem melhor, nem pior. Mas o que as distingue de todas as outras é compreenderem como pode o futuro ser melhor. São realistas porque têm a noção da realidade tal e qual ela é, mas são optimistas porque têm claro também, como ela pode ser.

Os Optimistas veêm o futuro e tomam acção. Só os Optimistas tomam realmente acção. Persistem com perseverança até que os resultados cheguem. Os Optimistas colocam-se na fila e ficam na fila porque sabem que a sua vez vai chegar. Os indivíduos bem sucedidos são optimistas, porque os únicos jardins que são regados, são os que sabemos que vão crescer. Por isso os Optimistas cuidam dos seus projectos até que estes floresçam.

A fundação das suas realizações é a gratidão. Focam-se nos aspectos positivos. Compreendem que independentemente dos seus desafios, são uns felizardos por tudo aquilo que a vida lhes proporciona. O sol, a chuva, a terra e a semente. Compreendem que só depende deles processar as dádivas da natureza e da sociedade e com isso criar valor.

Sabem que com convicção obtêm a clareza necessária, que lhe traz o poder de atingir as realizações a que se propõem. Sabem que, pelo contrário, quem parte do medo paralisa e atrofia. Sabem que tudo o que procuram está fora da sua zona de conforto.

Sabem que tudo o que querem está do lado contrário do medo. E, acima de tudo, têm consciência de que cada vez que são confrontados com o medo, tudo o que têm a fazer é focar-se em tudo quanto são gratos.

Pedi outro dia aos meus filhos, que têm 9 e 6 anos de idade, que fizessem uma lista de 100 coisas de que gostam e de que estão agradecidos, para que pudessem ler cada vez que estivessem tristes. Foi impressionante a rapidez com que ultrapassaram as 100... Uma boa liçaõ para as crianças, que é também uma boa lição para nós adultos.

Os Optimistas não têm problemas. Têm desafios! Têm a clara noção de que hão de os ter sempre e de que o objectivo na vida não é deixar de os ter. O seu objectivo é de que os seus desafios tenham cada vez mais qualidade. Sejam cada vez mais sofisticados. O único sítio onde há pessoas sem desafios é no cemitério!

A Gratidão é a Mãe da Fé, que por sua vez é a Mãe do Optimismo, que é o Pai da Perseverança. A Perseverança é a Mãe do sucesso, porque a única forma de verdadeiramente fracassar é desistir!

As pessoas bem sucedidas são optimistas... porque são gratas!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A vida é um pronto-a-comer

Desde há algum tempo a esta parte, comecei a encarar a vida como um pronto-a-comer.

Qual é a primeira coisa a fazer num pronto-a-comer? Colocarmo-nos na fila. Se não nos colocarmos na fila não almoçamos. Também na vida e para tudo aquilo a que nos propomos, há uma fila para enfrentar. Na vida a fila é o tempo que levamos até atingir aquilo a que nos propomos. Ninguém gosta de esperar e, por isso, não podemos esperar que estar na fila seja agradável. Quem se propõe a algo enfrenta inevitavelmente desafios até atingir o seu objectivo. E quanto mais ambicioso for o objectivo, maiores desafios se deve preparar para enfrentar. Quanto melhor for a refeição maior será a fila e consequentemente a espera.

E é aí que chega a segunda lição do pronto-a-comer. Para chegar à nossa vez é preciso continuar na fila. Num pronto-a-comer, se não estivermos dispostos a esperar, não comemos. Se entrarmos na fila e nos aborrecermos de esperar e sairmos, não temos (pelo menos ali) refeição. Na vida os resultados dos nossos esforços também não chegam de imediato. É um mecanismo que o universo tem para nossa própria defesa. Já imaginou se os nossos erros e más práticas fossem imediatamente fatais? Para termos maus resultados há que insistir em determinados maus juízos de uma forma regular. Então para sermos bem sucedidos também há que manter boas práticas de uma forma disciplinada e esperar até os resultados que pretendemos apareçam. Se sairmos da fila por nos cansarmos de esperar, não teremos os resultados. Todas as pessoas que estão no princípio da fila começaram no fim da fila. Todas as filas em que vale a pena estar no princípio, vale também a pena começar no fim.

A vida é como um pronto-a-comer! Tal como num pronto a comer, na vida cabe-nos escolher aquilo que queremos para nós. A realidade todos os dias nos proporciona várias opções e cabe-nos a nós escolher as que mais nos convêm. Se tomamos as opções erradas, não vale de nada lamentarmo-nos da nossa refeição. A terceira lição é então escolher o que é apropriado para nós e não levar o resto. Assumir a responsabilidade de manter várias alternativas em aberto e levar apenas o que nós queremos e não o que os outros querem.

Assim como num pronto-a-comer também na vida temos de pagar o preço, antes de usufruir do retorno. Se decidimos pagar um preço baixo não podemos esperar grande refeição. A grande diferença é que na vida o preço paga-se em auto-disciplina e conhecimento. Primeiro estudar o que e como fazer e depois mantermo-nos fiéis às nossas decisões e tomar acção massiva. A quarta lição será então pagar antes de comer. Pagar em acção disciplinada e obter depois o retorno dessa acção.
Primeira lição entrar na fila. Segunda lição ficar na fila até chegar a nossa vez. Terceira lição escolher (só) o que nos interessa. Quarta lição estar disposto a pagar o preço antes de obter o resultado.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Porque é que nos pagam afinal?

Houve uma altura da minha vida, estava eu ainda nos primeiros anos de carreira, em que conheci alguém que marcou muito. Esta pessoa acabou por me ajudar a refinar a minha atitude e filosofia, permitindo-me ir mais longe do que até aí seria possivel.

Um dia queixei-me ao meu amigo das minhas condições de trabalho, reclamando do meu salário e da falta de motivação que (entendia eu) consequentemente, acabava por sentir.”Se pagam ordenados destes, como é que esperam que as coisas corram melhor?” Reclamava eu indignado... “Pagam ordenados desses a si!” Respondeu-me. “Não há pessoas a quem a empresa paga mais?...” Continuou. “Então, até que o meu amigo se requalifique e passe a trazer mais valor para a empresa, esse continuará, provavelmente a ser o seu salário...”

Foi nesse dia que percebi que não era pago ao mês. Foi nesse dia que percebi que era pago pelo valor que colocava no mês.

Seria então possivel multiplicar o valor do meu rendimento? Claro! Bastaria requalificar-me e desenvolver as mihas competências, para passar a trazer ao mercado mais valor no mesmo espaço de tempo. E aí o mercado estaria encantado em pagar mais pelo meu trabalho.

O que não podemos é esperar ganhar mais por pedido. O que não podemos é querer viver melhor por exigência. Não será melhor opção tornarmo-nos mais valiosos, colocar mais valor na nossa hora de trabalho e tornarmo-nos no tipo de pessoas que atrai melhores ofertas?...

Estamos a chegar a altura de campanha eleitoral e um dos temas que recorrentemente vem à discussão é a questão do salário mínimo. Será que devia ser mais alto?... Porquê ser mais alto?! É a minha resposta. A sociedade em que vivemos deve ser vista como um escada, não como uma cama. Só é importante ser mais alto se planeamos lá ficar toda a vida! Mas é essa a vida a que nos propomos? Uma vida sem progressão?! Uma vida sem crescimento e sem evolução? Parece-me uma forma triste de viver. Mas se é, então provavelmente devia ser mais alto... Mas não é o princípio da vida exactamente começar, em primeiro lugar, e depois progredir? Tornarmo-nos melhores, mais capazes, mais competentes e mais valiosos?... Crescer enquanto vivemos?... O que é que acontece na natureza a tudo o que pára de crescer? É verdade, começa a morrer!... Então o salário, seja ele qual fôr, deve ser um princípio. O primeiro degrau da escada. A oportunidade de começar, para então depois progredir. Investir no nosso crescimento ainda mais do que no nosso trabalho e ter a oportunidade de ser compensado a níveis cada vez mais elevados. Não pelas horas que trabalhamos, mas pelo valor que colocamos nessas horas.

A questão fundamental a colocar, profissionalmente, passa a ser então “No que é que me estou a tornar?” em vez de “Quanto é que estou a ganhar?” É aquilo em que nos tornamos que nos faz valiosos e não quanto ganhamos.

Ou como diz Jim Rohn “Se trabalharmos duro no nosso trabalho podemos ganhar a vida, se trabalharmos duro em nós próprios podemos ganhar fortunas.”

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Lição das Estações

Hoje de manhã perguntaram-me a minha opinião sobre a crise e sua possível evolução. “Sou a pessoa certa para perguntar pois sei exactamente o que vai acontecer.” Respondi sorrindo “Como todas as outras, também esta crise passará.”

Como diz Jim Rohn “A vida, a economia e os negócios são como as estações do ano. Depois do Inverno vem a Primavera, depois o Verão e de seguida o Outono, a que se segue mais um Inverno. Há milhares de anos que é assim e tudo aponta para que continue a ser.”

Não podemos mudar as estações do ano, tal como não podemos mudar aquilo que se passa à nossa volta. Mas podemos mudar-nos a nós próprios e à maneira como encaramos os desafios que a vida nos traz. Então, no longo prazo, os nossos resultados decorrem primordialmente da nossa filosofia e atitude e não daquilo que se passa à nossa volta. O sucesso torna-se então algo que atraímos (e não perseguimos) tornando-nos pessoas atractivas, com uma lista de qualidades (competências, valores, convicções) atractivas, tudo coisas que podemos facilmente obter com um pouco de estudo e de treino.

O Inverno chega sempre. E, por isso é melhor que estejamos preparados. Na vida alguns Invernos somos nós que os fazemos, outros não… No Inverno a palavra de ordem é aguentar. Alguns são mais longos e rigorosos que outros, mas todos acabam! Tal como o dia se segue à noite. Inevitavelmente!... No Inverno há que aproveitar para aprender. Para nos tornarmos mais fortes, mais preparados, mais resistentes.

Depois vem a Primavera. E a Primavera é a oportunidade. A oportunidade de voltar a semear para no futuro colher. Quando a oportunidade passa é preciso aproveitá-la, pois esta não fica para sempre à nossa espera. É preciso agir. A Primavera é a promessa da colheita. Não a certeza, mas a promessa da colheita.

Assim que plantamos os insectos, os bichos e as ervas ameaçam as nossas colheitas. E conseguem se não as protegermos. No Verão é tempo de cuidarmos, alimentarmos e acarinharmos a nossa plantação por um lado, mas de lutarmos para protegermos por outro. A vida é assim… Os opostos estão em conflito e nós estamos no meio. É o drama da vida… A luz e a escuridão, a liberdade e a clausura, o bem e o mal… Não seria possível vencer, se não houvesse a possibilidade de sair derrotado.

E finalmente o Outono onde a colheita chega para os que fizeram o seu trabalho na altura certa e para os que compreendem que a vida não foi desenhada para nos dar o que nós desejamos, mas sim o que nós merecemos. A chave para a colheita? Seja ela qual for, não nos queixarmos, nem nos desculparmos. Não nos queixarmos se ela não for boa, mas também não sentir remorsos de colher os benefícios caso seja. Em qualquer dos casos, a verdadeira prova de maturidade é voltar a preparar as estações que se vão seguir. E isso passa por dar um sábio uso à colheita. Não gastar tudo o que se colheu, pois há que voltar a semear e ter a consciência de que, inevitavelmente, o Inverno vai voltar.

(Este texto foi publicado no OJE de 11.5.09)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Atitude 100º

Nos últimos anos tem circulado na Internet um vídeo com o nome de 212ºF. 212ºF são 100º C e é a temperatura a que a água ferve. A 99ºC a água está quente, mas com mais um grau ferve. Apenas mais um grau!... Com a fervura da água liberta-se vapor e com este vapor, pode-se pôr motor a trabalhar, pode-se mover uma locomotiva. Também na vida e nos negócios um grau a mais pode fazer toda a diferença. Um grau a mais de esforço e dedicação pode separar os vencedores dos derrotados!

Diz no vídeo que nos últimos 25 anos a diferença média, que distinguiu os vencedores dos principais torneios de Golfe, é inferior a três pancadas. Nos jogos Olímpicos muitas vezes a diferença da medalha de Ouro para o segundo classificado é inferior a 1 segundo. Nos últimos 10 anos, nas 500 milhas de Indianópolis, a margem média para a vitória foi de 1.54 segundos. Mas os vencedores levaram para casa mais do dobro do valor monetário do segundo classificado.

Muita gente se recorda, nas Olimpíadas de 2008, a 7ª medalha de Ouro de Michael Phelps, nos 100m mariposa na última braçada. Depois de ir em segundo toda a prova e mesmo dando a última braçada depois do seu principal adversário, Phelps chega primeiro porque a braçada do outro atleta ficou a poucos centímetros do muro. Impressionante! Phelps leva a sua 7ª medalha de ouro. E o segundo classificado? Quem se lembra do nome dele?... Um atleta de excepção. Foi em primeiro toda a prova, perdeu na última braçada por uma fracção de segundo... E ninguém se lembra do seu nome…

Um grau, um centímetro, um segundo, podem fazer a diferença entre quem rapa todas as recompensas e quem vai para casa de mãos a abanar.

O mundo é cada vez mais competitivo e como tal ser bom já não chega. Os Bons recolhem apenas razoáveis resultados.

Para se obterem bons resultados há que ser Excelente. Há que estar a 100%! Mas para se obterem resultados excelentes há que estar acima dos 100%. Para se obterem resultados excelentes, há que ser absolutamente excepcional. E são os Indivíduos excepcionais que rapam todos os benefícios.

E por isso é fundamental elevarmos os nossos padrões. Um dos segredos para o sucesso passa pela auto-exigência de padrões mais elevados. Esta exigência passa por não nos satisfazermos com menos do que somos capazes de fazer e, acima de tudo, por transformar os nossos “devia” em “tenho” ou, com perdão do anglicismo, em “Musts”.

Porque é importante aumentar os nossos padrões? A razão é muito simples. Nós crescemos até ao limite do nível dos nossos padrões.

Como seremos boas pessoas com baixos padrões? Como seremos bons Pais, Esposo(a)s, Amigo(a)s, Profissionais com baixos padrões? Como poderão ser altos os nossos desempenhos, se tivermos baixos padrões?

A questão é quanto é que vamos exigir de nós próprios?... E a resposta deve ser: uma verdadeira atitude de 100º C… Um grau extra de empenho, um grau extra de compromisso, um grau extra de esforço vai fazer toda a diferença no final.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Crise entre as orelhas

"It's not the economy out there that is the problem, it's the economy between your ears that is the problem." Zig Ziglar

Tive o privilégio, aqui há uns anos atrás, de ser aluno do Prof. Anibal Cavaco Silva, hoje Presidente da República. Recordo-me que um dos temas de que o Professor falava bastante e que ainda hoje retenho da memória, era do clima de confiança económica e acima de tudo daquilo a que julgo que poderiamos classificar como a nossa auto-imagem económica enquanto Povo. Ou seja aquilo que pensamos sobre nós próprios (colectivamente), como principal condicionante da forma como agimos.
Da mesma forma que é a nossa auto-imagem individual que condiciona os nossos desempenhos enquanto indivíduos, também será este nosso (baixo) auto-conceito colectivo que nos empurra para a cauda da Europa e nos coloca cada vez mais longe dos nossos objectivos.

De cada vez que abro um jornal ou que ligo a televisão, aquilo que vejo são, acima de tudo, pessoas a dizer que “...isto está muito mal!” enquanto procuram responsáveis, no sentido de os culpar pelo que se passa. Então o Governo é uma nódoa, os Bancos é que têm a culpa, os Patrões então nem se fala e, na falta de melhor, até a Sogra e o Mordomo podem recolher algumas responsabilidades.

Antes de falecer, Eduardo Prado Coelho escreveu, no Público,um fantástico artigo onde apelava exactamente para a nossa consciência individual, como forma de melhorar os nossos resultados colectivos. Neste artigo pedia-nos que deixássemos de apontar o dedo aos nossos Governantes, como responsáveis por tudo o que de negativo se passa nas nossas vidas e assumíssemos, de uma vez por todas a responsabilidade de mudar o nosso futuro.

Atenção que não quero com isto dizer, que devemos deixar de pedir responsabilidades a quem nos governa e/ou lidera, nem que devemos abdicar de denunciar aquilo que diariamente nos choca. Aquilo que defendo é que teremos muito mais legitimidade para o fazer, a partir do momento em que cumprimos a nossa parte. E cumprir a nossa parte é não contribuirmos com menos do que a nossa capacidade nos permite. Cumprirmos a nossa parte é não sermos menos do que exemplos brilhantes para os nossos pares (e já agora para os nossos filhos). Cumprirmos a nossa parte é assumirmos também as nossas responsabilidades. E aí sim, temos legitimidade para reclamar. Mas não enquanto não nos mantivermos responsáveis, a nós próprios, por sermos as melhores pessoas que podemos ser. Não enquanto não desenvolvermos, nós próprios, consciência social!

Nos meus seminários com Empresários, falo com frequência daquilo a que chamo as equações do sucesso. A segunda dessas equações e espero sinceramente que não esteja gasta, foi-nos dada por J.F. Kennedy, no seu discurso de tomada de posse como presidente dos EUA. Nesse discurso Kennedy deixou aos Americanos um desafio que ficou mundialmente famoso e que deveria, desde aí, ter sido subscrito por cada indivíduo independentemente da sua nacionalidade. O desafio foi “...não perguntem o que pode o vosso País fazer por vocês, perguntem o que podem vocês fazer pelo vosso País!...” Este desafio é a derradeia evolução de maturidade filosófica. É o desafio da responsabilidade. É a compreensão de que o nosso papel na vida é processar aquilo que nos é proporcionado pelo nosso ambiente e com isso criar valor. É a compreensão de que o primeiro passo para receber é dar!... Todas as equações de sucesso passam por servir!

O caminho para que as coisas melhorem, passa por cada um de nós. Aqueles que preferirem fugir à sua responsabilidade, continuarão a ter de viver com o resultado das suas opções. E já agora se continuarem a tomar as opções que sempre tomaram, vão continuar a viver como sempre viveram... Eu escolho começar por pedir responsabilidades a mim próprio! Todos os dias exijo a mim próprio mais do que no dia anterior. E tenho a noção de que o meu caminho é longo...

Ou como nos deixou Eduardo Prado Coelho no artigo acima mencionado “ ...decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.”

Um resumo deste texto foi publicado no jornal OJE de 23.3.09