Costumo explicar a diferença entre tempo horizontal e tempo
vertical.
Tempo horizontal é tempo de construção. É tempo em que
devemos respeitar um determinado ciclo para termos os resultados que
pretendemos. É o tipo de tempo que
devemos considerar para, por exemplo, cultivar alguma coisa.
Correndo o risco de ser pouco preciso, dados os meus
limitados conhecimentos agrícolas, vamos imaginar que quero semear 10 alfaces. Partindo
do princípio que estas levam 30 dias a crescer e que sendo apenas 10 eu me
posso limitar a dedicar 5 m por dia a cuidar delas. Apenas o tempo necessário
para regar, tirar as ervas daninhas e alguma lagarta que por lá ande... Ora 30
dias vezes 5 m são 150 m no total que devo dedicar a esta tarefa. Mas isso não
significa que eu posso aplicar os 150 m
de uma só vez e comer as alfaces ainda hoje. Há um ciclo que deve ser
respeitado para criar alguma coisa de valor. É esse tempo horizontal que devo
dedicar à minha empresa para poder construir um negócio de valor. Há um ciclo a
ser respeitado.
Já tempo vertical é tempo de emergência. Imaginem que acordo
de manhã e tenho a noção de que um incêndio se aproxima ameaçadoramente da
minha casa. Ligo para os bombeiros e do quartel dão-me duas alternativas. Ou
mandam 2 homens trabalhar no incêndio meia hora por dia durante dois meses, ou
podem mandar já uma equipa de 100 com uma série de recursos que vão trabalhar
até o dito incêndio estar extinto. A escolha é fácil verdade? Como se trata de
uma situação de emergência eu vou escolher a segunda alternativa. Ou seja a
utilização de tempo vertical. A questão é que este tempo serve para resolver
situações de crise e não para construir qualquer coisa.
Quando estamos envolvidos essencialmente com as actividades
do dia-a-dia acabamos por parecer essencialmente bombeiros. Passamos o tempo a
apagar fogos, saltando de tempo vertical, em tempo vertical, acabando por
passar muito pouco tempo no tal tempo horizontal, que é o tempo de desenhar a
planear a nossa vida. O tempo de pensar! De construir. Respeitando o ciclo de
longo prazo a que essa mesma construção obriga.
A nossa qualidade de vida decorre directamente da forma como
aproveitamos o nosso tempo. As pessoas bem-sucedidas não têm mais horas disponíveis
no dia do que a maioria de nós. As pessoas bem-sucedidas escolhem melhor o que
fazer com as horas que têm disponíveis no seu dia.
As pessoas bem-sucedidas investem mais do que as outras no
tempo horizontal.