terça-feira, 15 de novembro de 2011

Os seus objectivos são mesmo a sério?


Conto com alguma frequência, nomeadamente nos meus workshops, um episódio que se passou comigo e que foi extraordinariamente marcante.

Eu tinha 28 anos e posso precisar isso porque a minha filha tinha acabado de nascer. Trabalhava num Banco, com responsabilidades na área comercial e um dia enquanto discutíamos os objectivos para uma campanha que íamos lançar, o Director de Marketing, alguém que com o tempo aprendi a considerar como uma das pessoas mais sensatas que alguma vez conheci, colocou um determinado objectivo em cima da mesa. Não me recordo do número com exactidão mas sei que era muito grande. Muito mais do que normalmente estávamos habituados a fazer. E nessa altura, sem sequer reflectir, saiu-me um desabafo: “Manuel, o meu amigo está louco!” E sem pestanejar o Manuel retorquiu: “Ouça, se a vida da sua filha dependesse da realização deste objectivo... Eu continuava a ser louco?”

Fez-se silêncio absoluto. Nem balbuciei nenhum tipo de resposta... Percebi que o meu amigo me estava a dar uma das maiores lições da minha vida.  A questão não era a dimensão do objectivo. A questão prendia-se, em absoluto, com os recursos pessoais que eu estava disposto a investir nesse propósito, bem como com o sentido de urgência com que eu iria encarar a situação.

É isto que fazem por nós os objectivos de verdade. Dão-nos uma direcção em que mobilizamos a totalidade dos nossos recursos e do nosso sentido de urgência: total concentração de poder!

E é por isto que as pessoas mais bem sucedidas são fanáticos da definição de objectivos. Muitas vezes sem sequer se aperceberem disso.  Mas esta é a única forma que nós seres humanos temos de mobilizar todos os nossos recursos.

São estes objectivos que nos trazem a resiliência de que necessitamos quando chegar a frustração. Porque essa, eu prometo, vai estar sempre presente. Em tudo o que empreendemos há uma altura em que a frustração aparece. E esse é também o momento decisivo: o momento em que devemos decidir se desistimos ou persistimos. E para persistir quando as coisas estão mesmo difíceis precisamos dos objectivos. E têm de ser grandes... Grandes!... GRANDES!!!

Não são objectivos pequenos que nos vão dar a resistência à prova de bala de que necessitamos quando as dificuldades aparecerem. Não são objectivos pequenos que nos farão atravessar um muro quando for necessário. Têm de ser grandes! Enormes! Gigantes!!!

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