Conto com alguma frequência, nomeadamente nos meus
workshops, um episódio que se passou comigo e que foi extraordinariamente
marcante.
Eu tinha 28 anos e posso precisar isso porque a minha filha
tinha acabado de nascer. Trabalhava num Banco, com responsabilidades na área
comercial e um dia enquanto discutíamos os objectivos para uma campanha que
íamos lançar, o Director de Marketing, alguém que com o tempo aprendi a
considerar como uma das pessoas mais sensatas que alguma vez conheci, colocou
um determinado objectivo em cima da mesa. Não me recordo do número com
exactidão mas sei que era muito grande. Muito mais do que normalmente estávamos
habituados a fazer. E nessa altura, sem sequer reflectir, saiu-me um desabafo:
“Manuel, o meu amigo está louco!” E sem pestanejar o Manuel retorquiu: “Ouça,
se a vida da sua filha dependesse da realização deste objectivo... Eu
continuava a ser louco?”
Fez-se silêncio absoluto. Nem balbuciei nenhum tipo de
resposta... Percebi que o meu amigo me estava a dar uma das maiores lições da
minha vida. A questão não era a
dimensão do objectivo. A questão prendia-se, em absoluto, com os recursos
pessoais que eu estava disposto a investir nesse propósito, bem como com o
sentido de urgência com que eu iria encarar a situação.
É isto que fazem por nós os objectivos de verdade. Dão-nos
uma direcção em que mobilizamos a totalidade dos nossos recursos e do nosso
sentido de urgência: total concentração de poder!
E é por isto que as pessoas mais bem sucedidas são
fanáticos da definição de objectivos. Muitas vezes sem sequer se aperceberem
disso. Mas esta é a única forma
que nós seres humanos temos de mobilizar todos os nossos recursos.
São estes objectivos que nos trazem a resiliência de que
necessitamos quando chegar a frustração. Porque essa, eu prometo, vai estar
sempre presente. Em tudo o que empreendemos há uma altura em que a frustração aparece.
E esse é também o momento decisivo: o momento em que devemos decidir se
desistimos ou persistimos. E para persistir quando as coisas estão mesmo
difíceis precisamos dos objectivos. E têm de ser grandes... Grandes!...
GRANDES!!!
Não são objectivos pequenos que
nos vão dar a resistência à prova de bala de que necessitamos quando as
dificuldades aparecerem. Não são objectivos pequenos que nos farão atravessar
um muro quando for necessário. Têm de ser grandes! Enormes! Gigantes!!!
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