terça-feira, 25 de outubro de 2011

A força de um Propósito!


Viktor Frankl, o Psiquiatra Austríaco que durante a 2ª grande guerra foi prisioneiro dos campos de concentração Alemães, demonstrou no seu trabalho, realizado exactamente durante essa sua experiência, que a força do propósito é a mais poderosa força na mobilização de um ser humano. Quanto temos um verdadeiro propósito nada nos pode parar.

O que se passa é que nos habituámos a utilizar o termo objectivo de uma forma muito ligeira. Confundimo-lo muitas vezes com desejos.

Um verdadeiro objectivo implica uma decisão. E decisão, que é outra palavra que nos habituámos a utilizar com ligeireza significa cortar com todas as outras alternativas. Decisão vem de de... cisão, de uma cisão, de um corte. Quando formulamos um verdadeiro objectivo isso implica cortar com todas as outras alternativas. Com todas as outras opções!

Conto com alguma frequência, nomeadamente nos meus workshops, um episódio que se passou comigo e que foi extraordinariamente marcante. De tal forma que utilizo  sempre esta história para ilustrar o que quero dizer com um verdadeiro objectivo.

Eu tinha 28 anos e posso precisar isso porque a minha filha tinha acabado de nascer. Trabalhava num Banco, com responsabilidades na área comercial e um dia enquanto discutíamos os objectivos para uma campanha que íamos lançar, o Director de Marketing, alguém que com o tempo aprendi a considerar como uma das pessoas mais sensatas que alguma vez conheci, colocou um determinado objectivo em cima da mesa. Não me recordo do número com exactidão mas sei que era muito grande. Muito mais do que normalmente estávamos habituados a fazer. E nessa altura, sem sequer reflectir, saiu-me um desabafo: “Manuel, o meu amigo está louco!” E sem pestanejar, mas muito tranquilamente, o Manuel retorquiu: “Ouça... Se a vida da sua filha dependesse da realização deste objectivo... Eu continuava a ser louco?”

Fez-se silêncio absoluto. Nem balbuciei nenhum tipo de resposta... Percebi que o meu amigo me estava a dar uma das maiores lições da minha vida.  A questão não era a dimensão do objectivo. A questão prendia-se, em absoluto, com os recursos pessoais que eu estava disposto a investir nesse objectivo, bem como com o sentido de urgência com que eu iria encarar a situação.

São estes objectivos que nos trazem a resiliência de que necessitamos quando chegar a frustração. Porque essa, eu prometo, vai estar sempre presente. Em tudo o que empreendemos há uma altura em que aparece a frustração. E esse é também o momento decisivo: o momento em que devemos decidir se desistimos ou persistimos. E para persistir quando as coisas estão mesmo difíceis precisamos dos objectivos. E para isso eles têm de ser grandes... Grandes!... GRANDES!!!

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