Viktor Frankl, o Psiquiatra Austríaco que durante a 2ª
grande guerra foi prisioneiro dos campos de concentração Alemães, demonstrou
no seu trabalho, realizado exactamente durante essa sua experiência, que a
força do propósito é a mais poderosa força na mobilização de um ser humano.
Quanto temos um verdadeiro propósito nada nos pode parar.
O que se passa é que nos habituámos a utilizar o termo
objectivo de uma forma muito ligeira. Confundimo-lo muitas vezes com desejos.
Um verdadeiro objectivo implica uma decisão. E decisão, que
é outra palavra que nos habituámos a utilizar com ligeireza significa cortar
com todas as outras alternativas. Decisão vem de de... cisão, de uma cisão, de
um corte. Quando formulamos um verdadeiro objectivo isso implica cortar com
todas as outras alternativas. Com todas as outras opções!
Conto com alguma frequência, nomeadamente nos meus
workshops, um episódio que se passou comigo e que foi extraordinariamente
marcante. De tal forma que utilizo
sempre esta história para ilustrar o que quero dizer com um verdadeiro
objectivo.
Eu tinha 28 anos e posso precisar isso porque a minha filha
tinha acabado de nascer. Trabalhava num Banco, com responsabilidades na área
comercial e um dia enquanto discutíamos os objectivos para uma campanha que
íamos lançar, o Director de Marketing, alguém que com o tempo aprendi a
considerar como uma das pessoas mais sensatas que alguma vez conheci, colocou
um determinado objectivo em cima da mesa. Não me recordo do número com
exactidão mas sei que era muito grande. Muito mais do que normalmente estávamos
habituados a fazer. E nessa altura, sem sequer reflectir, saiu-me um desabafo:
“Manuel, o meu amigo está louco!” E sem pestanejar, mas muito tranquilamente, o
Manuel retorquiu: “Ouça... Se a vida da sua filha dependesse da realização
deste objectivo... Eu continuava a ser louco?”
Fez-se silêncio absoluto. Nem balbuciei nenhum tipo de
resposta... Percebi que o meu amigo me estava a dar uma das maiores lições da
minha vida. A questão não era a
dimensão do objectivo. A questão prendia-se, em absoluto, com os recursos
pessoais que eu estava disposto a investir nesse objectivo, bem como com o
sentido de urgência com que eu iria encarar a situação.
São estes objectivos que nos trazem a resiliência de que
necessitamos quando chegar a frustração. Porque essa, eu prometo, vai estar
sempre presente. Em tudo o que empreendemos há uma altura em que aparece a
frustração. E esse é também o momento decisivo: o momento em que devemos
decidir se desistimos ou persistimos. E para persistir quando as coisas estão
mesmo difíceis precisamos dos objectivos. E para isso eles têm de ser
grandes... Grandes!... GRANDES!!!
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