Já dizia
Séneca que: “Se não sabes para onde vais, todos os ventos te são desfavoráveis.”
De facto, a partir do momento em que temos um objectivo, todas as decisões que
tomamos têm em vista aproximarmo-nos dele. Mesmo quando essas decisões se
mostram erradas, o facto de o objectivo estar definido permite-nos tomar a
acção correctiva necessária para nos voltarmos a aproximar na próxima decisão.
Mas o objectivo precisa de ser um verdadeiro objectivo e não apenas um desejo.
O que é que distingue um do outro? De uma forma simples, a formulação de um
desejo pressupõe uma postura passiva e a espera de que o acaso se organize no
sentido de nos proporcionar o que pretendemos. A realidade é que isso raramente
acontece. A formulação de um objectivo implica acção
consequente e congruente com esse mesmo desígnio. Implica o início de uma
aproximação constante em relação a esse fim. E a única forma de não chegarmos é
desistir a meio do caminho.
Um pouco como
funciona um avião ou mesmo um barco, depois de traçarem um objectivo, vão cerca
de 99% do tempo fora de rota, mas ao monitorizarem de forma constante a sua
aproximação podem também ir adoptando a acção correctiva, que os conduzirá ao
destino que pretendem.
Em primeiro
lugar, os objectivos devem ser específicos. Isto significa que devem não
só ser claros, como bem definidos e identificados. Significa que devemos
conhecer o maior número de detalhes possível sobre o resultado que pretendemos.
Depois devem
ser quantificados. Ou seja, devem ser mensuráveis. Deve ser possível
perceber de uma forma rigorosa se nos estamos a aproximar deles ou não. Devem
ser traduzíveis em números o mais possível.
Devem ainda
ser enquadrados no tempo. Para ser possível medir a sua realização com
rigor, é preciso saber quando se faz essa medição. Se não tiverem datas para se
realizar, não são verdadeiros objectivos pois perdem uma parte do seu poder. A
parte que vem da pressão positiva de haver um prazo de realização e que nos
permite saltar depois para o objectivo seguinte.
Por último,
torna-se relevante que sejam atingíveis. E este é o ponto onde a maior
parte de nós tem grandes dificuldades. Por um lado, ser atingível não deve
levar a que sejam tão fáceis que dificilmente não os consigo atingir, por outro
não podemos permitir que sejam tão ambiciosos que nem nós próprios, no fundo, que
acreditemos neles.
Outro aspecto
fundamental dos objectivos é a pessoa em que nos tornamos no processo de os
atingir. Os objectivos devem-nos obrigar a dar o melhor de nós. Devem-nos
obrigar a reforçar as nossas competências centrais e mesmo a nossa própria
identidade, incluindo os nossos valores e convicções. Desta forma, tornam-se
importantes não só por aquilo que nos trazem, mas principalmente por aquilo em
que nos tornam. Melhores pessoas, mais capazes, com uma lista de qualidades
mais atractiva, com uma maior capacidade de influenciar os outros e de os
mobilizar e mesmo com um nível de conhecimento mais elevado.
4 comentários:
Paulo, há muito tempo que tento definir os meus objectivos sejam eles profissionais ou pessoais, mas deparamo-me sempre com algumas dificuldades. todos os dias penso neles e escrevo-os diariamente mas sinto uma enorme dificuldade em transformar os meus objecticos em números (quantificvá-los) e especificar um deadline para os mesmos.
Por exemplo: estabeleci como um dos meus objectivos, servir o próximo diariamente. Como consigo quantificar esse objectivo? Depois ainda me encontro numa árdua tarefa de tentar não confundir os meus objectivos com os meus desejos.
Seria possível indicar-me, por favor, mais literatura onde eu posso aprofundar este tema dos objectivos e/ou dar-me mais alguns conselhos em que possa clarificar as minhas dúvidas?
Obrigado,
Emanuel Ribeiro
Emanuel
Passei por aqui e não pude deixar de comentar.
1º.Para que um objectivo se possa realizar ele tem que ser quantificado e tem que se estabelecer um prazo temporal.
2º.Depois disso ele só se realizará se entrar em acção.
Definir um objectivo e não fazer nada é igual a não acontecer nada.
Experimente isto para obter resultados:
1-Estabeleça um objectivo - quantifique e estabeleça uma meta temporal para o realizar.
2-Acredite e intencione (tarefa diária repetitiva)
3-Entre em acção (faça coisas que ajudem a concretização)
Vai ver que quando menos esperar o objectivo esta concretizado.
Obrigado Emanuel e Rui pelos vossos comentários.
Emanuel, se os objectivos não forem quantificados, não sequer objectivos...
Um dos grandes desafios que a maior parte de nós tem é exactamente o de ter dificuldade em ser específico em relação ao que pretende e consequentemente ter dificuldade em alinhar as suas acções com o resultado.
Ser o mais concreto e claro possivel (quantificando) é crítico para os objectivos serem atingidos.
Por isso sugiro que redfina esse propósito que partilhou aqui no blog ;)
Um abraço.
Paulo
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